A estrada não tem retorno, e ele, ele
que vem de um mundo há muito esquecido
ou já desfeito em névoa, em cinzas,
ele chega e sai a saudar os habitantes
da cidade (vazia?). Ele fala, fala.
Mas sua língua, que é outra, tem o timbre
de línguas que não são mais faladas
nem mesmo por fantasmas. E estranha
que não percebam, tão perto, as paisagens
do mundo que esquecera ou se desfizera
e ele recria com olhos agora de criança.
Ele fala, fala, e estranham que não traga
no bolso a passagem de volta (para onde?).
A estrada não tem retorno, e ele se encolhe
todo, como a desculpar-se (por estar vivo?
Por ocupar um lugar no espaço?). E se recolhe
a si, definitivamente hóspede de si mesmo.
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